Akhenaton

Akenaton 

Akhenaton, cujo nome original era Amenhotep IV, foi um faraó do Antigo Egito que governou aproximadamente entre 1353 e 1336 a.C. Seu reinado é notável pela sua revolução religiosa e cultural e pela sua mudança de capital para Akhetaton, a atual Amarna, bem como pela sua introdução do culto ao Deus Aton, um deus solar. Esta mudança radical na religião e na arte egípcia levou a especulações sobre a sua natureza e origem.
As teorias que sugerem que Akhenaton pode ter sido um ser extraterrestre baseiam-se em sua aparência física incomum segundo as representações artísticas da época. As imagens de Akhenaton mostram características como um crânio alongado, um corpo com traços tanto masculinos quanto femininos e outros atributos físicos que se afastam dos padrões típicos dos faraós. Isso levou alguns a especular que poderia ter sido um híbrido ou um ser de outro mundo.
Além disso, sua esposa Nefertiti também é representada com um crânio alongado nas estátuas, o que alimenta ainda mais essas teorias. Textos antigos, como a Pedra de Palermo e os escritos de Maneton, que mencionam uma era predinástica de deuses e seres divinos, também foram citados em apoio a essas especulações, sugerindo que Akhenaton poderia estar relacionado com os seres mencionados nesses textos.
É importante notar que a maioria dos egiptólogos e arqueólogos interpretam essas características físicas de Akhenaton e Nefertiti no contexto da representação artística e dos estilos da época, mais do que como evidência de origem extraterrestre. A teoria dos antigos astronautas, embora popular na cultura popular, não tem um amplo apoio acadêmico na comunidade científica e baseia-se em interpretações especulativas mais do que em provas sólidas.

Akenaton

Akhenaton, originalmente chamado Amenhotep IV, foi um dos faraós mais enigmáticos e controversos da história do Egito Antigo. Ele governou durante o período conhecido como o Novo Império, e o seu reinado marcou uma das maiores rupturas na religião e cultura egípcia.

Reforma religiosa 
Akhenaton é mais famoso por sua tentativa de transformar a religião tradicional politeísta do Egito em uma forma de monoteísmo, centralizando a adoração no deus Aton, o disco solar. Ele rejeitou o culto de antigos deuses egípcios, especialmente Amon, que era muito influente na época, e promoveu o culto exclusivo de Aton. Em homenagem a essa divindade, Akhenaton mudou seu nome de Amenhotep IV para Akhenaton, que significa "Eficaz para Aton", e estabeleceu uma nova capital chamada Akhetaton (atual Tell el-Amarna).

Arte Amarniana 
Uma das maiores inovações sob Akhenaton foi a revolução artística. Ao contrário do tradicional estilo rígido e idealizado das representações de faraós, o período amarniano trouxe representações mais realistas e, muitas vezes, exageradas dos membros da realeza, particularmente de Akhenaton. Nas estátuas e relevos, ele é mostrado com traços andróginos, com características faciais longas e finas, olhos estreitos, queixo proeminente, e até mesmo quadris largos e barriga saliente. Esses detalhes ainda geram debate entre os historiadores, já que alguns acreditam que ele sofria de algum distúrbio genético, enquanto outros interpretam esses traços como simbólicos, para enfatizar sua natureza divina.

Akhetaton: A Cidade de Aton 
Akhenaton também foi responsável por fundar uma nova capital em homenagem a Aton, chamada Akhetaton (atual Tell el-Amarna). Essa cidade foi construída rapidamente e se tornou o centro da adoração a Aton. Arquitetonicamente, a cidade foi planejada para permitir uma conexão direta com o deus sol, com templos a céu aberto para Aton, sem os tetos cobertos que eram comuns nos templos tradicionais egípcios.

Família e Sucessão 
Akhenaton foi casado com a famosa rainha Nefertiti, que também desempenhou um papel importante na sua revolução religiosa. Representações mostram Nefertiti em igual destaque com o faraó. 

Akenaton
(Representação visual gerada pela IA Midjourney)

Durante a fase conhecida como Novo Império (entre 1550 a.C a 1070 a.C) o Egito conheceu seu apogeu, época de expansão territorial, hegemonia imperialista e militar, quando alguns dos mais notáveis faraós regeram esta civilização marcante. É desta fase a vigência da 18ª dinastia faraônica (de 1550 a.C. a 1292 a.C.), iniciada por Ahmose I, faraó em cuja regência ocorreu a expulsão de invasores e a restauração do poder que foi seriamente comprometido pela fragilidade militar da fase anterior. Daí em diante figuras como a faraó Hatshepsut, a mulher mais poderosa que o Egito já conheceu, além do conquistador Tutmés III (o “Napoleão do Egito Antigo”) e o faraó construtor Amenhotep III guiaram o Egito com firmeza e segurança até que Amenhotep IV (posteriormente conhecido como Akhenaton) surgiu e provocou abalos radicais no poderoso império africano. 
Por ocasião da ascensão de Amenhotep IV ao poder os sacerdotes detinham uma influência considerável, rivalizando em certos aspectos com o próprio faraó. O clero de Amon-Rá, em particular, havia acumulado riqueza e autoridade significativa e seus templos não eram apenas centros espirituais, mas também núcleos de poder econômico e político, controlando terras extensas e recursos. O culto à Amon-Rá (sincretismo das antigas divindades Amon e Rá) passou a ter primazia mesmo sobre os demais inúmeros deuses cultuados no Egito durante o Novo Império, o que conferia ao clero condições privilegiadas de exercício de poder através da vinculação divina, situação que passou a incomodar o novo faraó, embora as tensões já fossem sentidas nos tempos de seus antecessores. Mas Amenhotep IV tinha uma saída ousada e radical para neutralizar o poder sacerdotal mesmo tendo iniciado seu reinado seguindo as tradições estabelecidas. 
A revolução religiosa e institucional empreendida por Amenhotep IV foi um programa complexo e extremo de transformações, pois o faraó resolveu implantar o monoteísmo centrado no deus Aton, representado pelo disco solar. A mudança teológica renegou uma quantidade de divindades difícil de ser determinada em função da complexidade do arranjo politeísta egípcio, que incluía deuses em gradações e hierarquias variáveis, além de adorações locais e expressões de sincretismo insondáveis de tão diversificadas. A dificuldade de assimilação de tamanha mudança e as reações contrárias foram consequência imediatamente verificadas, mas o faraó estava determinado a seguir adiante e até mudou seu nome para enfatizar a firmeza de seu objetivo, passando ser chamar Akhenaton, que tem um significado simbólico profundo como “Agradável a Aton”, sendo ele o único intermediário legítimo entre os homens e o supremo deus solar. 
Templos foram fechados e suas propriedades foram tomadas, sacerdotes resistentes foram perseguidos e novas liturgias foram estabelecidas durante a ruptura promovida por Akhenaton. A capital do império foi estabelecida na cidade que também se chamava Akhenaton (e que mais tarde passou a ser chamada de Amarna), sede política, administrativa e religiosa do império.  
Embora o faraó revolucionário tivesse sua base de apoiadores, não foi fácil suplantar a tradição que foi desafiada e em governos regionais, esferas militares e no meio sacerdotal foram formados duros obstáculos para a evolução das mudanças, que Akhenaton não foi capaz de promover plenamente ao longo dos 17 anos de seu reinado (1353 a.C. a 1336 a.C.). Revoltas sociais completaram o quadro de instabilidades que vigorou durante o reinado do faraó que pretendeu romper com estruturas solidificadas na cultura egípcia. 
Além do faraó, teve enorme destaque durante esta fase agitada a figura da rainha Nefertiti, principal esposa de Akhenaton. Uma das mulheres mais famosas do Mundo Antigo, de beleza e influência reconhecidas, Nefertiti pode ter sido também governante ao lado do marido e tiveram cinco filhas, incluindo a futura rainha Ankhesenamon, que herdou dos pais um ímpeto desafiador e também causou abalos no poder egípcio. Contudo, o sucessor de Akhenaton como detentor do papel de faraó foi Tutancâmon, seu filho com uma esposa secundária identificada como Kiya. 
Após a morte de Akhenaton ocorreu a reversão de suas medidas e o politeísmo voltou a vigorar assim como a restauração dos sacerdotes como agentes de força religiosa e política. O jovem Tutancâmon acabou sendo um agente que legitimou a retomada da tradição contra as mudanças promovidas por seu pai e até adotou em seu nome a incorporação do deus Amon renegando o deus único de Akhenaton, já que seu nome de nascimento era Tutankhaton. O faraó rebelde foi atacado após sua morte através de uma deliberada prática de “apagamento” de sua história, quando seu nome foi retirado de obras, documentos e de registros dos reis, além de destruição de estátuas e homenagens. 
Apesar do fracasso de sua revolução e da tentativa de forçar o esquecimento de sua existência, Akhenaton foi um dos faraós mais marcantes e fascinantes principalmente por causa de sua ação provocativa e inovadora. O faraó estabeleceu uma das mais antigas experiências monoteístas documentadas da história. 

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