Tumba da rainha Nefertari

Visite agora a tumba da Rainha Egípcia Nefertari 

Experius VR realizou um tour virtual no túmulo da rainha egípcia Nefertari, esposa do Faraó Ramsés II. O objetivo da proposta é tornar mais fácil para as pessoas visitarem este local histórico sem ter que ir pessoalmente ao local. O objetivo da criação deste tour é assistir através dos óculos de realidade virtual HTC Vive, mas quem não tiver o produto poderá ter uma prévia do vídeo interativo 360º no YouTube postado pelo CuriosityStream (confira abaixo).

Segundo Hypeness, o projeto demorou dois meses para ficar pronto. A lápide foi danificada devido à umidade, fungos e bactérias, e a tumba sofreu desgaste nos últimos anos. Agora, o tour virtual pode ser uma experiência que permite que mais pessoas entendam a estrutura por dentro enquanto garante a proteção. A imperatriz Nefertari morreu em 1254 aC e seu túmulo foi descoberto por arqueólogos em 1904. Devido aos detalhes da tumba de 520 metros de altura, a tumba é considerada uma das mais luxuosas do Egito Antigo.

Artefatos encontrados na Tumba de Nefertari 

Quando, em 1904, o arqueólogo italiano Ernesto Schiaparelli descobriu e escavou a grande tumba de Nefertari, rainha e esposa de Ramsés, o Grande, da 19ª dinastia do Egito antigo, não havia praticamente nada da múmia da rainha. Entre os objetos espalhados no chão da tumba, no entanto, permaneceram vários itens que poderiam estar diretamente ligados ao seu corpo físico - dois joelhos mumificados, um par de sandálias notavelmente bem conservadas, partes de pulseiras de ouro e um pequeno pedaço de brinco ou pingente. Arqueólogos também encontraram pequenas estatuetas shabtis, grandes fragmentos da tampa do sarcófago de granito rosa da rainha e fragmentos de um caixão de madeira dourada. 

Como tantos outros túmulos, esta câmara funerária teve a maioria de seus bens preciosos roubados na antiguidade.

Apesar disso, um notável legado arqueológico permanece. Os antigos ladrões não levaram a maioria das pinturas nas paredes. Energia, tempo e falta de portabilidade atrapalharam. E isso foi uma sorte para a posteridade, porque até hoje eles ainda são a representação egípcia antiga mais detalhada e melhor preservada da jornada para a vida após a morte. 

Apelidada de “Capela Sistina do antigo Egito”, a tumba também representa uma das melhores documentações artísticas do antigo Egito sobre sua cultura de elite e a vida e os costumes de uma de suas grandes rainhas.

Mais que uma rainha 

Embora Nefertari fosse uma entre um grupo de esposas que constituíam o harém de Ramsés, ela era, sem dúvida, a primeira e suprema. Ela exercia influência suficiente para servir como conselheira de confiança, e isso se estendia a questões de diplomacia. Como sua Grande Esposa Real, ela se correspondia com líderes estrangeiros da época e o acompanhava em suas campanhas militares. Altamente educada, ela sabia ler e escrever, um conhecimento e habilidade raros para as mulheres, e certamente incomum entre a maioria da população. 

Reverenciada e honrada entre seus pares e a população egípcia, ela é conhecida por muitos títulos, incluindo:

 Grande em Louvores (wrt-hzwt), Doce de Amor (bnrt-mrwt), Senhora da Graça (nbt-im3t), Esposa do Grande Rei ( hmt-niswt-wrt), Sua Amada (hmt-niswt-wrt meryt.f), Senhora das Duas Terras (nbt-t3wy), Senhora de todas as Terras (hnwt-t3w-nbw), Esposa do Touro Forte (hmt -k3-nxt), Esposa de Deus (hmt-ntr), Senhora do Alto e Baixo Egito (hnwt-Shm'w-mhw), e 'aquela para quem o sol brilha'. 

A proeminência de Nefertari na corte também é atestada através de tabuletas cuneiformes da cidade hitita de Hattusas (hoje Boghazkoy, Turquia), contendo a correspondência de Nefertari com o rei Hattusili III e sua esposa Puduhepa.

Nefertari casou-se com Ramsés antes de ele ascender ao trono, e juntos eles tiveram pelo menos sete filhos, com pelo menos quatro filhos e duas filhas constituindo a família real.

Grande honra foi concedida a Nefertari em Abu Simbel, na Núbia. Ela é representada em várias estátuas colossais no grande templo, e um pequeno templo é dedicado a Nefertari e à deusa Hathor.

Na fotografia, artefatos recuperados de sua tumba.

Sobre as partes de pernas mumificadas:

Um relatório da revista científica PLOS ONE, publicado em 30 de novembro de 2016, indicou que um par de pernas mumificadas encontradas em QV66 e agora no Museo Egizio de Turim, pode de fato ser de Nefertari com base na estrutura óssea e na idade da pessoa, que se encaixa no perfil de Nefertari. 

Texto traduzido e adaptado de Popular Archaeology, para a EB (Egiptologia Brasil)

"A elegância e o poder da realeza egípcia antiga em cada detalhe. A rainha Nefertari, uma das mulheres mais poderosas da história do Egito, em uma cena de devoção aos deuses. Símbolos de eternidade, beleza e força feminina que continuam a inspirar até hoje."